terça-feira, abril 26, 2011

Do grunhido e da verborragia

Olá leitores. Acho às vezes que o  principado de Sealand chegou a ter mais habitantes do que eu, leitores. Mas disserto do que iria dizer, não é mesmo?

Pois bem! Estava pensando outro dia, no quanto o blog já foi mais importante como espaço. Muito longe de dizer que esteja irrelevante, ainda temos grandes blogs hoje. Em particular, temos o Engadget, Kibeloco, Jacaré Banguela, Papo de Homem, entre outros. As "revistas" vão bem, obrigado.

E da produção livre de textos? Será que podemos dizer o mesmo? Não vou exigir que o Alexandre Inagaki ainda escreva um monte de textos muito bons. Por outro lado, confesso que não cheguei a acompanhar seu espaço para ter noção de seu ritmo de publicação. Ainda assim, ele é um bom exemplo de blogueiro que conseguiu conquistar um espaço mais significativo. Seu site é um espaço de publicação de textos, diferente das revistas a que me referi. Não havia um comprometimento a assuntos específicos, nem uma linha editorial, por assim dizer. Apenas um lugar onde o escritor deixa suas impressões, ou aquela coisa que brota de um momento de inspiração.

De qualquer maneira, faz tempo que não vejo textos de destaque vindo de blogs. Havia um site, Wunderblogs. Tentei entrar, sem sucesso. Tento depois em um desktop. Não sei se pela pura diversão dos escritores, ou se interesse de editora, eles tiveram uma coletânea de textos publicados em livro. Sim, antes de "Um sábado qualquer" ou do "Papo de Homem". Não vejo isso tanto hoje em dia. Posso estar enganado e desinformado, mas é a percepção que eu tenho hoje.

Como fenômeno social vejo o Twitter e os status do Facebook substituindo os blogs. Não é necessário muito esforço para observar a influência deles na mídia. O que me desaponta um pouco, honestamente. Creio eu que isso deve desestimular alguns potenciais escritores.

Saramago disse uma vez em uma entrevista algo que achei muito interessante. Sua frase foi algo como "de avanço em avanço, vamos voltando ao grunhido". Realmente, Saramago. Um dia tivemos cartas, folhas de frente e verso. Depois e-mails, depois IMs, tweets e retweets. Seria o RT o grunhido de hoje? Não vou ser hipócrita: eu mesmo faço muitos retweets. É algo interessante que quisemos compartilhar. Mas sem muita opinião, frequentemente. Sem algo agregado. Apenas um "RT".

Mesmo os incríveis 140 caracteres do Twitter são uma senhora redução do que o homem já teve que escrever para se expressar. Tenho certeza de que muitas das "respostas completas" que tivemos de escrever na escola não caberiam no espaço de um tweet. Acho que muita reflexão fica sem espaço para aparecer por conta desse minimalismo vigente em se expressar.

Não estou criticando o Twitter, mesmo porquê, muitos ditados, provérbios, máximas preciosas que vêm da Antiguidade cabem nesse espaço pequeno de se falar. Mesmo nas revistas de hoje, temos há anos na Veja a seção "Veja Essa" e correspondentes em suas rivais. O conteúdo delas? Oras, as frases que deram o que falar na semana! Curiosamente, frases que muitas vezes seriam tweets (quando não o são), geram textos, matérias, artigos. É a palavra fazendo cada vez mais palavras. Interessante, não? Outro exemplo: os temas de redação da escola, muitas vezes frases.

E aproveitando o gancho de redações, eu achava muito engraçado no colégio quando os alunos ficavam reclamando de nota tendo feito um texto enorme. Era interessante ver como as viagens e encheções de linguiça eram "válidas" para ter mais nota. Mas eram os mesmos alunos que falavam "essa professora só fala coisa nada a ver!". Não, não tive professoras perfeitas. Longe disso. Mas tenho de reconhecer que o rigor de minha professora de português rendeu frutos.

E ainda assim acho fácil demais achar na grande mídia (ou nem tão grande assim) textos de pseudo especialistas em absolutamente todas as áreas em que 140 caracteres seriam demais para a relevância do que foi escrito. Uma área bem fértil (ou melhor dizendo, fertilizada) é a mídia esportiva. Sério. Nem digo pelos jogadores de futebol, autores de pérolas que nos divertem muito. Estou falando daquele povo das mesas redondas. Salvo algumas exceções, eu acredito que as bizarrices que aparecem nos programas de TV são justamente o melhor que eles podem produzir.

Alguns diriam que seria a falta de cultura. Pior que não necessariamente. Há muita gente por aí bem estudada que fala cada absurdo. Neste caso, acho que o melhor exemplo é a política. Sem brincadeira: leiam o blog do Reinaldo Azevedo da Veja e o vermelho.org. O fanatismo e a arrogância de quem não acha, tem certeza de estar com a razão torna a argumentação deles uma verdadeira vitória de Pirro: ganham a argumentação, mas certamente perdem a simpatia do leitor contrário que tentava convencer.

Estes, ao menos, têm um ponto a seu favor: defendem uma idéia. Por mais que se discorde deles, você tem o que discordar. Alguém aí leu direito o "Primo Basílio"? Lembram-se daquele coadjuvante sobre quem sempre perguntam nas provas? Estou falando do conselheiro Acácio. Era uma personagem que muito falava, grandiloquentemente, mas não falava nada. De repente, um dos alunos preguiçosos de que falei anteriormente teve professores Acácios. Infelizmente, é mais comum do que se imagina. Gente que estudou, ou não teria base para falar tão bem sobre nada.

Espero não ser um desses. Muitas vezes eu penso se não faço exatamente isso quando converso, quando discuto. Não vou ser hipócrita... Gosto muito da massagem no ego quando alguém fala que sou inteligente, ou algo similar. Minha preocupação é que quando eu receba um elogio desses, seja porque eu realmente contribuí com algo para o grupo com o qual eu estava conversando, não uma mera demonstração de cultura, que se for somente para se mostrar, inútil.

segunda-feira, abril 25, 2011

Hello World

Sim, isto é um teste. O que estou  testando?

Estou testando o Blogger móvel. Interface bem simples, e que parece resolver. Talvez invente de blogar mais vezes agora.

Por que o sumiço? Uma fase um tanto diferente da vida. Pode soar bem estranho, mas as coisas nunca estiveram tão fáceis, nem estiveram tão difíceis.

Adoraria dissertar melhor a respeito. Mas confesso que não tenho certeza de quem são meus leitores no momento, e uma escolha errada de palavras pode aumentar a dificuldade das coisas difíceis. Desculpem a redundância. Não soube como falar isso de outro jeito.

Abraços, leitores. Desejem-me sorte! Ah, já tenho idéia para um próximo post. Milagre, não?

sábado, outubro 17, 2009

O Comediante

"And now, for something completely different" - Monty Python

Para variar um pouco, resolvi comentar de um dos meus personagens favoritos dos quadrinhos. O Comediante, de Watchmen. O filme... exagera um pouco em algumas coisas. Mas é bom. E não estou aqui para fazer uma resenha de filme. Pelo menos, não hoje.


O Comediante

Bem, por que o cidadão acima, bancando o Jackass acendendo seu charuto com um lança-chamas me chama tanto a atenção? Além do exagero engraçado e de minha vontade de usar um lança-chamas um dia, o Comediante é, na minha opinião, o único cara além do Veidt e do dr. Manhattan que realmente entendeu o que é o mundo. De maneira distinta, mas entendeu.

Nada mais, nada menos do que uma piada. E de péssimo gosto. O choro dele é uma das melhores cenas do filme/quadrinhos. É uma ironia crua. Bruta. O comediante. O macho alfa. O cara que se diverte acabando com revoltas ou incendiando o Vietnã. Chorando feito uma criança que descobriu que o Papai Noel e o coelhinho da Páscoa não existem.

Qual a piada, afinal de contas? Somos apenas engrenagens de uma máquina. O mais livre e imprevisível de todos entende isso. E dança conforme a música. Minha pergunta é... Quantos desses caras que "mandam" neste nosso mundinho mandam mesmo, ou são apenas outras engrenagens de outro mecanismo distinto? Uns são peões, outros bispos, e outros cavalos. Tem uma rainha também, uma peça em 16 de uma cor. No fundo, todos sacrificáveis e apenas peças de um jogador de xadrez, pensando qual a melhor forma de atingir seu objetivo. Superar o outro jogador do outro lado.

Neste mundo, temos um sem número de peças que acham que são jogadores. E quantos jogadores afinal? E quantos são peças, também? O curioso é perceber que todas essas peças tratam as outras peças como suas peças no seu jogo pessoal.

Bem, porque comecei a fazer essa analogia porca com xadrez? Simples. O comediante era um cara campeão, e tem uma noção dessa minha analogia. Ele chora copiosamente porque percebeu a mais dura realidade possível.

Ele não é nada mais, nada menos do que uma peça bem sacrificável.

Seja um peão, seja uma rainha, todos são sacrificáveis para o rei, que vejo como uma personificação do jogador em campo. O rei morre? Fim de jogo. Por isso, o jogador se esforça tanto para preservá-lo. Bom. Ele sabe que não é o rei e nota que vai ser o próximo sacrifício. Sucks to be you, buddy.

Acho engraçado demais isso. Inconscientemente, acho que o brasileiro sabe bem disso até demais. Conhecem outro povo que tenta passar mais a perna no seu próximo do que o brasileiro? Não conheço tantas culturas assim, mas estou para conhecer outra que o faça tão na cara larga. No final, ao perceber o quanto suas vidas foram inúteis, se matando e matando para conseguir o máximo de resultado possível... Choram. Como crianças que descobrem que o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa não existem.

Eu? Não choro mais, cansei. Aliás, tenho certeza de que vou odiar este texto depois, já escrevi melhor. Mas foi bom para tirar a ferrugem.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Ok. Segunda tentativa

Tem algo que eu acho demais em mim mesmo. É a minha capacidade imensurável de procrastinar. Leia o post abaixo. Faz quase um ano. E adivinhe só: estava reclamando de adiar as coisas. Mau sinal.

Bom, relendo o texto com mais cuidado é difícil não notar a arrogância do autor. Foi um ano que começou com boas idéias e boas intenções. Mas realizações e intenções têm uma grande diferença, além do radical: fazer. Óbvio? Sim. Não é por certas coisas serem óbvias que são fáceis de serem percebidas e ainda assimiladas.

Sei que muitas de minhas obrigações do ano passado se foram, bem sucedidas. A faculdade, com um sabor agridoce, termina. Doce, por não ter mais os trabalhos, pressão e o fantasma de uma pequena nota atrapalhar meus planos. Acre, por ter acabado o convívio com uma turma espetacular, e com professores (não todos, mas fazer o quê?) que não só ensinaram princípios de Engenharia de Computação, mas volta e meia passavam experiência do que viveram.

Por mais opressiva que a faculdade fosse, tem algo no ar universitário que ameniza essa tensão no ar. Talvez sejam os amigos que passavam pelas mesmas coisas, e a luta fica mais fácil com outros o ajudando. Talvez seja a bucólica Cidade Universitária, com a Praça do Relógio, Raia Olímpica, Cepê... Exceção feita ao trio elétrico do Sintusp, nem tudo é perfeito.

Passado o momento saudosista, que nem é justificado, já que pretendo fazer o mestrado lá ano que vem, sei que estou em mais uma daquelas incontáveis fases reflexivas. Agora com algum poder aquisitivo, já dá para fazer planos. Mas não deixo de notar que sempre que faço planos, algumas variáveis realmente não ajudam. Fora que exagero um pouco nos objetivos.

Talvez o meu grande desafio seja aprender a planejar. Visar um alvo irreal, mas ainda com pés no chão, buscando realizar.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Ano novo. Momento novo.

Olá, leitores. Espero que tenham passado um bom fim de ano. O meu foi bom, acabou sendo um tempo mais reflexivo. Pensei em muita coisa neste momento que passei.

Refleti, pensei no que fiz, no que deixei de fazer. No que perdi, no que ganhei. No que sofri, no que me alegrou. Houve muitas coisas... Mas percebi uma coisa: é tempo de mudar minha atitude.

"Como assim?"

Bem, percebi que boa parte de meus problemas são decorrentes de preguiça, da malemolência, de minha procrastinação, minha inação, minha omissão, entre outros.

Como não ter mais um problema? Basta eliminar a raíz, e eliminar as conseqüências da mesma. Quero isso para a minha vida. Cansei de ser desse jeito que fracassa tanto por ter tantos vícios. Isso não é bom.

Como disse a um amigo há uma semana: "resoluções de ano novo". Talvez algumas pessoas pensem que eu esteja mais estressado ultimamente, mas estou apenas me expressando mais. Outros talvez que tenha ficado caxias. Estou apenas deixando de procrastinar as coisas. Cansei de esperar os outros. Dependo de Deus, não de pessoas.

Fim do ano passado estava ansioso pelas coisas desse ano: estágio, curso, e TCC. Hoje, estou com outra visão. Sinto-me desafiado. Ousado. Com muita vontade de realmente avançar, crescer, e aprender. Ir e agir. No final, com a faculdade conquistada com muito suor. Espero que não haja sangue, nem lágrimas, heheh.

Estava "tendo crises" por causa da idade. Chega de ficar vendo a vida passar, e deixando de aproveitar tantas coisas boas que aparecem. Chega de esperar alguém falar e fazer as coisas. Se necessário, eu falarei e farei.

Enfim... Pretendo mudar. Há muito tempo atrás, coloquei no MSN "tentando melhorar". Rendeu um momento engraçado. Mas estou farto de tentar. É tempo de mudança. Tempo novo.

Por sinal, pretendo voltar a escrever sobre tecnologia. Aguardem.